A mensagem é: Não tatue locais que você possa ter dor!
Parece engraçado mas esse tema é um dos mais questionados pelos profissionais, porque cada vez mais as pessoas estão se tatuando.
Mas vamos entender o que acontece quando irradiamos uma tatuagem?
A primeira coisa, que é o motivo do questionamento, é que a sensação ao receber a laserterapia é de queimação, ou seja, o paciente não suporta a irradiação.
E isso ocorre porque a luz para ser absorvida precisa de alguma substância absorvedora. Essa substancia chamamos de cromóforo. Por exemplo, na fotossíntese o cromóforo é a clorofila, no microondas da nossa casa (que também é uma radiação que precisa ser absorvida) o cromóforo é a água.
Os lasers que utilizamos para terapia possuem diferentes cores, ou seja, diferentes comprimentos de onda. Os mais utilizados no Brasil são o vermelho (660nm ou próximo) e o infravermelho (geralmente 810 ou 830nm), justamente as radiações que tem muita afinidade por pigmentos.
Ainda, pigmentos negros absorvem muitos comprimentos de onda sendo então as tatuagens fortes absorvedoras de luz, principalmente as que usam o pigmento escuro, quase a maioria delas.
Desta forma, toda a luz que está sendo emitida pelo Laser (mesmo que usando Laser de baixa potência) é absorvida pelo pigmento que está na pele e por ser muito alta essa absorção a energia é então transformada em energia térmica, gerando calor e podendo inclusive queimar a pele, causando pequenas lesões.
E como podemos amenizar isso?A primeira coisa é fugir do local da tatuagem se for possível. Ainda pode-se: 1. Mudar a técnica de irradiação ou 2. Optar por usar laser pulsado.
Bom, agora fica fácil de entender porque o subtítulo deste podcast é: “Não tatue locais que você possa ter dor! “
Os benefícios da Laserterapia como modulação da inflamação e analgesia só ocorrem se a luz chega no tecido alvo. E a técnica é justamente não invasiva porque atravessa a pele, e por isso a tatuagem pode ser um fator de impedimento para essa maravilhosa terapia.
Um grande abraço,
Profa. Dra. Daiane T. Meneguzzo