Tratamento de Feridas com Laserterapia – 10 Dicas Essenciais.
O tratamento de feridas com o uso do laser é inovador, acelera a regeneração, diminui inflamação
e dor mas como qualquer outro tratamento deve ser utilizado seguindo alguns princípios, que
transformamos em 10 dicas:
Condura Clínica no Tratamento de Feridas
A primeira delas é talvez a mais importante e diz respeito a mudança necessária na conduta
clínica quando o laser é utilizado.
Isso se deve ao fato do laser agir de forma diferente do tratamento convencional de coberturas.
O tratamento convencional de feridas promove o estímulo celular através de uma ação química ou mecânica que resulta na cicatrização.
O laser por sua vez funciona através da entrega de energia ao tecido lesionado, que após absorver essa energia por substancias absorvedoras (cromóforos) promove o reestabelecendo da homeostase energética celular.
Ou seja, com o retorno a homeostase, via dose extra de energia as células lesionadas se regeneram segundo sua fisiolologia e genética.
Temos então por um lado uma agressão estimulatória (tratamento convencional) e do outro uma reposição energética (laserterapia).
Sendo assim, somar os dois tratamentos de forma aleatória não é indicado.
O estímulo energético de formação tecidual, que pode significar em formação de uma rede de fibrina que irá guiar os fibroblastos na sua migração para depois formar a pele ou mucosa pode ser totalmente inibido com coberturas desbridantes.
O resultado pode até acelerar o processo quando comparado com o uso exclusivo de coberturas mas está bem longe do alcançado e desejado com o tratamento a laser quando usado corretamente.
Independente do tratamento convencional ou com laser, o que se deve sempre garantir com o auxílio de coberturas é o equilíbrio na umidade da ferida e a proteção antimicrobiana.
E introduzir o laser no seu tratamento de feridas exige percorrer um novo caminho e mudar a forma como se trata uma ferida.
2. Fisiológico – Tratamento de Feridas
A segunda dica completa a primeira e diz respeito a trabalhar a favor do fisiológico.
Mas será que sabemos o que é fisiológico?
Será que conhecemos a fisiologia suficiente para saber o que realmente a ferida precisa e em qual fase ela está?
Provavelmente não. Por isso, a dica é: quando se utiliza a Laserterapia interfira o menos possível.
O nosso corpo sabe exatamente como regenerar, mas sim, nem sempre tem a energia suficiente e é justamente essa ajuda energética extra que o laser vai promover.
E dentro desta linha temos alguns pré-requisitos como o diagnóstico correto, a associação de coberturas corretas, diferenciar fibrina de tecido desvitalizado e contaminado, e talvez a mais difícil de todas, evitar remover o tecido necrosado.
Porque? Porque o processo fisiológico de reparo expulsa esse tecido na hora certa, ou seja, quando o tecido subjacente está preparado.
Muitas vezes o tecido necrosado é uma casca protetora contra infecção, e remoção pode levar à septicemia.
Mas claro, nada adianta irradiar com laser sobre esse tecido, existem técnicas corretas para estimular o tecido subjacente a regenerar até que a parte necrosada seja fisiologicamente expulsa.
Pode confiar que clinicamente o resultado é incrível, você já experimentou?
3. Dosimetria no Tratamento de Feridas
Entrando um pouco em dosimetria, hoje temos uma gama enorme de equipamentos (LEDs e Lasers) e tipos de luz de diferentes comprimentos de onda (como a luz vermelha 632-660nm, infravermelha 780-1064nm e azul 570nm) que irão aumentar os benefícios da luz de acordo com o tecido e podem ser utilizadas em diferentes locais e fases da lesão.
Portanto, use a abuse dosdiferentes equipamentos!
4. Conhecimento da lesão e dos tecidos envolvidos
O conhecimento da lesão e dos tecidos envolvidos também fazem toda a diferença nos resultados do tratamento a laser.
A luz muitas vezes deve atravessar estruturas, seu espalhamento ou reflexão diminuem sua absorção e portanto a logística de entrega de energia é a chave para garantir que a dose ideal chegue ao tecido alvo.
Sendo assim fique atento aos diferentes tecidos, diferentes profundidades, e individualize sempre as doses!
5. Irradiação
Saiba unir ou escolher se a irradiação deverá ser local ou sistêmica.
Temos a possibilidade de atuar localmente sobre a ferida como de forma sistêmica, ao ativar linfonodos, ou seguir o trajeto dos vasos linfático, irradiar a coluna vertebral, acupuntos ou ainda vasos sanguíneos superficiais como artéria radial e carótida para a irradiação sanguínea.
Cabe ao profissional buscar conhecer e dominar cada técnica em busca de melhores resultados clínicos.
6. Momento de se irradiar
Sobre o melhor momento de se irradiar, a resposta é sempre o quanto antes!
O processo inflamatório de reparo tecidual inicia imediatamente após a injúria, e se esse processo estiver com dose extra de energia, a velocidade de resolução será maior, e menores as consequências típicas do processo inflamatório para o paciente:
- menos dor,
- menos edema,
- menor desconforto,
- e uma regeneração mais rápida.
7. Regeneração
Um dos maiores obstáculos para a regeneração é a infecção.
E um dos grandes benefícios do uso da luz é na terapia fotodinâmica antimicrobiana.
Ela acontece a partir da união de três fatores: corante (ou substancia absorvedora de luz, cromóforo), Luz e oxigênio.
A luz é absorvida pelo corante e a energia é transferida ao oxigênio gerando espécies reativas de oxigênio, os radicais livres.
Estes, em alta concentração são tóxicos ao microorganismos. Sem efeito colateral, e por ser uma reação química, não apresenta resistência bacteriana.
Sem falar no amplo espectro de atuação:
- bactérias,
- vírus,
- fungos e
- parasitas.
Ou seja, uma ferramenta incrível e muito importante quando iniciamos o tratamento ou quando for necessário durante a evolução da ferida.
8. Trate a dor com respeito
E isso significa saber tratar. Saber os mecanismos de ação do laser na dor, e principalmente usar a luz para alcançar uma analgesia duradoura.
O laser também pode ter um efeito temporário de bloqueio da dor, mas o local de irradiação deve ser muito bem escolhido para não comprometer a regeneração por excesso de dose.
9. Registro do Tratamento de Feridas
Nada adianta realizar um bom trabalho se não puder comprovar!
Registre a cada sessão a evolução em fotos ou vídeos.
Padronize as fotos fazendo sempre da mesma distância da ferida e faça valer cada foto inserindo uma régua de papel com a data e iniciais do paciente para que a evolução da lesão possa ser comprovada.
Mostre para sua equipe, para seus colegas, para os médicos que trabalham com você, publique o caso clínico.
Mas lembre-se: sempre tenha o termo de autorização das fotos assinado pelo paciente.
10. Proteção
E finalmente, proteja-se, proteja seu paciente.
Proteção ocular, biossegurança para proteger a ponta ativa do seu equipamento, cuidados com a maleta. Já pensou que o mesmo equipamento vai do hospital para seu consultório e de lá para sua casa?
BIOSSEGURANÇA é muito importante!
A laserterapia é um tratamento maravilhoso, mas é preciso ser bem executada! Sucesso na sua prática e lembrem-se dessas dicas!
Muita luz!
Profa. Dra. Daiane T. Meneguzzo, DDS, Msc, PhD
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